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sábado, 7 de abril de 2012

CECÍLIA MEIRELES/ Poesia, poemas e pensamentos

Nem tudo é fácil


É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!!
Cecília Meireles


  NÃO DIGAS

Não digas onde acaba o dia.
Onde começa a noite.
Não fales palavras vãs.
As palavras do mundo.
Não digas onde começa a Terra,
Onde termina o céu
Não digas até onde és tu.
Não digas desde onde és Deus.
Não fales palavras vãs.
Desfaze-te da vaidade triste de falar.
Pensa,completamente silencioso,
Até a glória de ficar silencioso,
Sem pensar.
Cecília Meireles


NEM TUDO É FÁCIL


Nem tudo é fácil na vida, mas com
certeza nada é impossível...
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, mas
também nem tudo é fácil na vida, mas com
certeza nada é impossível...
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, mas
também tornemos todos esses
desejos, realidade !
(Cecília Meirelles)



SERENATA


 Repara na canção tardia
que timidamente se eleva,
num arrulho de noite fria.
O orvalho treme sobre a treva
e o sonho da noite procura
a voz que o vento abraça e leva.
Repara a canção tardia
que oferece a um mundo desfeito
sua flor de melancolia.
É tão triste, mas tão perfeito,
o movimento em que murmura,
como o do coração no peito.
Repara na canção tardia
que por sobre o teu nome, apenas,
desenha a sua melodia.
E nessas letras tão pequenas
o universo inteiro perdura.
E o tempo suspira na altura
por eternidades serenas.
(Cecília Meirelles)

“DE UM LADO CANTAVA O SOL





De um lado cantava o sol,
do outro, suspirava a lua.
No meio, brilhava a tua
face de ouro, girassol!
Ó montanha da saudade
a que por acaso vim:
outrora, foste um jardim,
e és, agora, eternidade!
De longe, recordo a cor
da grande manhã perdida.
Morrem nos mares da vida
todos os rios do amor?
Ai! celebro-te em meu peito,
em meu coração de sal,
Ó flor sobrenatural,
grande girassol perfeito!
Caberemos nos  no jardim!
Só me resta, do passado,
este relógio dourado
que ainda esperava por mim . . ."
*Cecília Meireles



BASTA-ME
Basta-me um pequeno gesto,
Feito de longe e de leve,
Para que venhas comigo
E eu para sempre te leve...
- mas esse eu não farei.
Uma palavra caída
Das montanhas dos instantes
Desmancha todos os mares
E une as terras mais distantes...
- palavra que não direi.
Para que tu adivinhes,
Entre os ventos taciturnos,
Apago os meus pensamentos,
Ponho vestidos noturnos,
- que amargamente inventei.
E, enquanto me descobres,
Os mundos vão navegando
Nos ares certos do tempo
Até não se sabe quando...
- e um dia me acabarei.”
*Cecília Meireiles*

CANÇÃO DE OUTONO 



Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.

De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?

E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando aqueles
que não se levantarão...

Tu és a folha de outono
votante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...

Cecília Meirele
https://www.blogger.com

3 comentários:

  1. Lindas postagens, vejo que o blog é recente, continue, parabens pela organização as imagens lindas e belas postagens. fábio Silva.

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  2. Amei o blog, diferente, as imagens dão um toque especial as mensagens. Sou fã de Cecília meireles!!!
    Kely Silva.

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  3. Obrigada a vocês: Fábio e Kely Silva, pela visita e comentários. pbrigada pelos elogios, seus comentários são importantíssimos. Abraços.

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