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sexta-feira, 6 de outubro de 2017

O VÉU NEGRO DA NOITE. Autora: Profª Lourdes Duarte



O VÉU NEGRO DA NOITE
Autora: Profª Lourdes Duarte


Morre o dia, o sol no horizonte desfalece,
Arrebol pinta o torso do céu, a noite estar por vir;
A meia luz do entardecer continua brilhando
Apenas raios, no céu do sol celeste
Dizemo-nos adeus silenciosamente.


Como na rotina do tilintar dos sinos,
Ouço a brisa passar soprando meus ouvidos
Similar a música de um hino que anuncia,
            A noite profunda que cai, o dia que termina.


No céu, o sol fecha, por hoje, sua cortina,
Até que seus raios, na aurora venham brilhar
Esperançosa, olho para a colina,
Imaginando, os sonhos que irão descortinar!


E, como uma orquestração silente, misteriosa
A noite se prostra num olhar arcano e profundo
O véu negro da noite cai, a terra se veste
Coberta com o brilho das estrelas, bem ao longe!


Envolto no véu escuro da noite
Estrelas brilham em pura magia
Os dias e as noites nunca serão iguais
Mas haverá o encontro, da noite com a luz do dia.

******




“O poeta vive entre o céu e a terra, onde há mais mistérios do que a vã filosofia”.



        Existem muitos mistérios que envolvem as mais profundas noites e muitos mistérios se tornaram lendas.
Por que as lendas são envoltas em Mistérios e Magias.
São uma criação dos caminhos da mente, da vaga imaginação da liberação dos silêncios da alma...

Vale a pena ler essa linda lenda



A NOITE ESCURA
postado por Jaqueline Correa

      Era uma noite escura. Rezava a lenda, e também o bom senso, que quando escurecesse, ninguém mais poderia sair de casa. Essa história não se passou em uma cidade urbana, mas em uma antiga vila localizada no interior da Irlanda.
Como se sabe, esse país é cinzento. O céu esbanja as suas nuvens espessas e sempre carregadas, e o sol, sempre escondido, parece que nunca faz questão de aparecer. Nessa vila, as casas eram de tijolos rústicos e muito parecidas:

   Uma porta no meio e duas janelas laterais. Na frente, um cercadinho demarcava as propriedades. Algumas mulheres mais caprichosas davam um jeitinho especial, plantando pequenas hortas, jardins e gramas. Era o jeito mais colorido para dissipar a atmosfera cinza.

   Mas, à noite… Ah, à noite… Não tinha como sair sem uma lamparina. E devia ser de boa qualidade, com bastante querosene, para que o fogo não se apagasse quando mais se precisasse dele. Sim, porque, além do frio, os moradores ainda tinham que conviver com os ventos noturnos. E como não havia prédios, eles passavam rente aos ouvidos, dando sussurros de arrepiar:

– Vuhhhhhhh… Vuhhhhhhh…

    Quem não era acostumado a sair de noite e se aventurava a fazer alguma coisa lá fora, se assustava com o uivado da ventania.

    Contava-se por lá que um tal ser saía às ruas em busca de comida. Alguns diziam ser um lobisomem, outros uma fera desconhecida, outros ainda, “alguma coisa de outro planeta”. E quando surgia uma cabra, bezerro ou ovelha morta, então, aí que as suspeitas recaiam sobre essas criaturas jamais vistas por ninguém.

    Mas, naquela noite, contrariando os pais e avós, Belle resolveu buscar mel na casa de uma vizinha. O pai, bem que tentou, mas não conseguiu impedir a garota de buscar o alimento para adoçar o chá da avó, adoentada havia dias.

     Por causa do vento, cobriu a cabeça com uma grande echarpe de veludo, apertando-a firmemente no pescoço com uma das mãos. Com a outra, segurava a lamparina. Porém, o vento era forte demais. E deveras tenebroso.

    Belle saiu, enquanto todos se trancavam em suas casas. A noite era muito escura e estava impossível enxergar um palmo à frente sem a ajuda de um reles feixe de luz.

   A menina apressou o andar, mas era impedida de caminhar mais rápido pela forte ação do vento. Ela era lançada vagamente para um lado e outro e, na esperança de equilibrar-se para não cair, tentava agarrar-se a qualquer coisa – mas sempre em vão. Era como se estivesse enfrentando um vendaval sozinha.

   As árvores, mesmo sem ninguém ver, balançavam enlouquecidas. E os galhos secos despencavam das alturas, tornando-se mais um perigo a ser enfrentado. E enquanto andava, Belle pisava nas folhas úmidas que a faziam escorregar.

“Por que tanto sacrifício?”, ela pensava, como se uma culpa já quisesse se instalar em sua mente. Ao mesmo tempo, lembrava-se da avó, debilitada na cama feita de palha, a espera do chá que poderia trazer a sua cura.

Ela nem havia terminado de expelir o pensamento, quando, de repente, um vento arrebatou o fogo da lamparina. Tudo enegreceu! Belle não via nada, apenas ouvia o ensurdecedor barulho do medo. As árvores, o vento, as folhas, os galhos. E o bicho? Belle se atormentava por dentro, e seu coração, agitado, ditava o ritmo da sua respiração. As veias saltavam, os olhos se arregalavam, e a voz cada vez mais muda. Contradição? O terrível temor da morte.

    Os vizinhos, de suas casas, tentavam espiar a menina que se debatia sem mover um dedo sequer. Estavam assustados, temendo o pior.
Belle, completamente imóvel, procurava mexer a cabeça para saber aonde ir. “Vou voltar para casa”, ela dizia a si. Mas, como saber qual o caminho de volta? E se em vez de ir rumo à sua casa, fosse de encontro à floresta? Como sairia de lá? Então, pensou em seguir em frente. E, mesmo no breu instalado, deu sucessivos passos lentos e duvidosos.

Um após o outro… Um após o outro…

  Belle já se sentia mais segura. Até o grito do vento parecia não fazer mais sentido. Eles não eram nada. Era como se não estivessem ali. E nem mesmo o temor da suposta criatura trazia a ela alguma sensação ruim.

  Foi quando, no último passo que deu, encontrou em sua frente a porta da casa da vizinha. A essas alturas, todos estavam admirados. O vento parou e o frio também. A escuridão ainda estava ali, mas Belle conseguia se mover como se ela não mais estivesse. A vizinha lhe deu o mel e olhava com grande espanto para a menina. Não apenas a vizinha, mas todos os vizinhos abriram suas portas para contemplar a garota, lançando nela olhares estupefatos de admiração e, ao mesmo tempo, de pavor.

  Belle não entendia nada, mas imaginava que os moradores, inclusive seus pais, estivessem assim por ela ter tido coragem de sair naquela noite escura, quando ninguém o faria.

– A senhora pode acender a minha lamparina também? O vento apagou o fogo.
A vizinha ficou calada… Atônita…

– A senhora está me ouvindo? Pode acender a minha lamparina também? O vento apagou o fogo.

E nada.

E depois da terceira tentativa, a mulher resolveu lhe falar:

– Minha filha, para que você quer fogo se em volta de você há uma luz tão forte que vento nenhum pode apagar?




Para refletir

   É inevitável que passemos por situações escuras e até tenebrosas ao longo de nossas vidas. Mas, tenha certeza de que se você está, de fato, na Luz, por mais que esteja atravessando períodos de grandes e terríveis trevas, e ainda que os fortes ventos tentem lhe lançar ao chão, nada será capaz de lhe derrubar e lhe impedir de chegar aonde quer.
E por mais que você não veja, a Luz de Deus ilumina os seus caminhos e orienta os seus passos.


http://sites.universal.org/obreirosuniversal/blog/

18 comentários:

  1. Olá amiga Lourdes: gostei muito quer do seu poema, quer da bela lenda. Sou uma grande apaixonada por lendas e esta não conhecia.
    Bjn
    Márcia

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    1. Olá querida Márcia, fico feliz que gostou. Obrigada pela visita, volte sempre. Bjuss

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  2. Uma partilha recheada de tão belos textos com imagens lindas!
    Refletir assim é bem gostoso! Bj

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  3. Mais uma postagem incrível. Podemos viver períodos difíceis (como eu vivi ano passado), mas quem está ao lado da luz tem uma força inexplicável.

    Um ótimo domingo.
    Beijinhos.

    _______________
    P.S.: Por motivo de falta de tempo e entre outras coisas, eu posso passar um tempo sem visitar o seu cantinho. Vou continuar atualizando o blog normalmente, mas nem sempre vou retribuir a visita imediatamente, ok? Sempre que eu puder estarei aqui para curtir as suas postagens. Agradeço a sua compreensão e a sua visita.

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    1. Obrigada minha querida Aline, não se preocupe, volte quando for possível. Você mora o meu coração e será sempre bem vinda. Bjuss

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  4. Ótima sua postagem, querida Lourdes, como o belo texto da Jaqueline Correa - não conhecia.
    Gostei muito de sua poesia, ressalvo:

    "No céu, o sol fecha, por hoje, sua cortina,
    Até que seus raios, na aurora venham brilhar
    Esperançosa, olho para a colina,
    Imaginando, os sonhos que irão descortinar!"

    Belo! Beijo, amiga, um feliz domingo!

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    1. Obrigada querida Taís! Vindo de você os elogios é gratificante. Abraços, volte sempre.

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  5. Não conhecia essa história, bem interessante, tal como o poema! :) Boa semana.
    --
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  6. Lourdes
    Parabéns por tão belo poema.
    Tenha um ótimo domingo e uma linda semana.
    Beijos

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  7. Sempre bonito. Adoro!

    Beijocas e obrigada pelas palavras.

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  8. Parabéns Lourdes!
    Fantasticamente lindo poema e fotos.
    Boa continuação, feliz semana
    Beijinhos

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  9. O seu belo poema revela-nos que a noite continua a ser um lugar de sobrevivência para os poetas. Como se fosse uma paisagem iluminada por todas as emoções e por todos os sentimentos.
    Gostei de a ler.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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    1. Obrigada querida Graça, fico feliz que gostou do poema. Abraços, volte sempre.

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Muitas vezes, a correria de nossas vidas nos impede de dar atenção ao que realmente vale a pena. Agradecer é uma das coisas que acabam ficando esquecidas nesta correria do dia-a-dia.
Pode ser por um simples gesto ou por uma grande atitude, mas o agradecimento nunca deve ser esquecido. Obrigada pela atenção e carinho e por ter vindo até aqui comentar minha postagem. Saiba que é importantíssimo para a valorização do que escrevemos.
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Abraços, Profª Lourdes Duarte

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