O VÉU NEGRO DA NOITE
Autora: Profª Lourdes Duarte
Morre o dia, o sol no
horizonte desfalece,
Arrebol pinta o torso
do céu, a noite estar por vir;
A meia luz do entardecer continua brilhando
Apenas raios, no céu do
sol celeste
Dizemo-nos adeus
silenciosamente.
Como na rotina do
tilintar dos sinos,
Ouço a brisa passar soprando meus ouvidos
Similar a música de
um hino que anuncia,
A noite profunda que cai, o dia que
termina.
No céu, o sol fecha, por hoje, sua cortina,
Até que seus raios,
na aurora venham brilhar
Esperançosa, olho
para a colina,
Imaginando, os sonhos
que irão descortinar!
E, como uma
orquestração silente, misteriosa
A noite se prostra num olhar arcano e profundo
O véu negro da noite
cai, a terra se veste
Coberta com o brilho
das estrelas, bem ao longe!
Envolto no véu escuro
da noite
Estrelas brilham em
pura magia
Os dias e as noites
nunca serão iguais
Mas haverá o encontro,
da noite com a luz do dia.
******
“O poeta
vive entre o céu e a terra, onde há mais mistérios do que a vã filosofia”.
Existem
muitos mistérios que envolvem as mais profundas noites e muitos mistérios se
tornaram lendas.
Por que as
lendas são envoltas em Mistérios e Magias.
São uma criação dos caminhos da mente, da vaga imaginação da liberação dos
silêncios da alma...
Vale a pena
ler essa linda lenda
A NOITE
ESCURA
postado por Jaqueline
Correa
Era uma
noite escura. Rezava a lenda, e também o bom senso, que quando escurecesse,
ninguém mais poderia sair de casa. Essa história não se passou em uma cidade
urbana, mas em uma antiga vila localizada no interior da Irlanda.
Como se
sabe, esse país é cinzento. O céu esbanja as suas nuvens espessas e sempre
carregadas, e o sol, sempre escondido, parece que nunca faz questão de
aparecer. Nessa vila, as casas eram de tijolos rústicos e muito parecidas:
Uma
porta no meio e duas janelas laterais. Na frente, um cercadinho demarcava as
propriedades. Algumas mulheres mais caprichosas davam um jeitinho especial,
plantando pequenas hortas, jardins e gramas. Era o jeito mais colorido para
dissipar a atmosfera cinza.
Mas, à
noite… Ah, à noite… Não tinha como sair sem uma lamparina. E devia ser de boa
qualidade, com bastante querosene, para que o fogo não se apagasse quando mais
se precisasse dele. Sim, porque, além do frio, os moradores ainda tinham que
conviver com os ventos noturnos. E como não havia prédios, eles passavam rente
aos ouvidos, dando sussurros de arrepiar:
– Vuhhhhhhh…
Vuhhhhhhh…
Quem não era
acostumado a sair de noite e se aventurava a fazer alguma coisa lá fora, se
assustava com o uivado da ventania.
Contava-se
por lá que um tal ser saía às ruas em busca de comida. Alguns diziam ser um
lobisomem, outros uma fera desconhecida, outros ainda, “alguma coisa de outro
planeta”. E quando surgia uma cabra, bezerro ou ovelha morta, então, aí que as
suspeitas recaiam sobre essas criaturas jamais vistas por ninguém.
Mas, naquela
noite, contrariando os pais e avós, Belle resolveu buscar mel na casa de uma
vizinha. O pai, bem que tentou, mas não conseguiu impedir a garota de buscar o
alimento para adoçar o chá da avó, adoentada havia dias.
Por causa do vento,
cobriu a cabeça com uma grande echarpe de veludo, apertando-a firmemente no
pescoço com uma das mãos. Com a outra, segurava a lamparina. Porém, o vento era
forte demais. E deveras tenebroso.
Belle saiu,
enquanto todos se trancavam em suas casas. A noite era muito escura e estava
impossível enxergar um palmo à frente sem a ajuda de um reles feixe de luz.
A menina
apressou o andar, mas era impedida de caminhar mais rápido pela forte ação do
vento. Ela era lançada vagamente para um lado e outro e, na esperança de
equilibrar-se para não cair, tentava agarrar-se a qualquer coisa – mas sempre
em vão. Era como se estivesse enfrentando um vendaval sozinha.
As árvores,
mesmo sem ninguém ver, balançavam enlouquecidas. E os galhos secos despencavam
das alturas, tornando-se mais um perigo a ser enfrentado. E enquanto andava,
Belle pisava nas folhas úmidas que a faziam escorregar.
“Por que
tanto sacrifício?”, ela pensava, como se uma culpa já quisesse se instalar em
sua mente. Ao mesmo tempo, lembrava-se da avó, debilitada na cama feita de
palha, a espera do chá que poderia trazer a sua cura.
Ela nem
havia terminado de expelir o pensamento, quando, de repente, um vento arrebatou
o fogo da lamparina. Tudo enegreceu! Belle não via nada, apenas ouvia o
ensurdecedor barulho do medo. As árvores, o vento, as folhas, os galhos. E o
bicho? Belle se atormentava por dentro, e seu coração, agitado, ditava o ritmo
da sua respiração. As veias saltavam, os olhos se arregalavam, e a voz cada vez
mais muda. Contradição? O terrível temor da morte.
Os vizinhos,
de suas casas, tentavam espiar a menina que se debatia sem mover um dedo
sequer. Estavam assustados, temendo o pior.
Belle, completamente
imóvel, procurava mexer a cabeça para saber aonde ir. “Vou voltar para casa”,
ela dizia a si. Mas, como saber qual o caminho de volta? E se em vez de ir rumo
à sua casa, fosse de encontro à floresta? Como sairia de lá? Então, pensou em
seguir em frente. E, mesmo no breu instalado, deu sucessivos passos lentos e
duvidosos.
Um após o
outro… Um após o outro…
Belle já se
sentia mais segura. Até o grito do vento parecia não fazer mais sentido. Eles
não eram nada. Era como se não estivessem ali. E nem mesmo o temor da suposta
criatura trazia a ela alguma sensação ruim.
Foi quando,
no último passo que deu, encontrou em sua frente a porta da casa da vizinha. A
essas alturas, todos estavam admirados. O vento parou e o frio também. A
escuridão ainda estava ali, mas Belle conseguia se mover como se ela não mais
estivesse. A vizinha lhe deu o mel e olhava com grande espanto para a menina.
Não apenas a vizinha, mas todos os vizinhos abriram suas portas para contemplar
a garota, lançando nela olhares estupefatos de admiração e, ao mesmo tempo, de
pavor.
Belle não
entendia nada, mas imaginava que os moradores, inclusive seus pais, estivessem
assim por ela ter tido coragem de sair naquela noite escura, quando ninguém o
faria.
– A senhora
pode acender a minha lamparina também? O vento apagou o fogo.
A vizinha
ficou calada… Atônita…
– A senhora
está me ouvindo? Pode acender a minha lamparina também? O vento apagou o fogo.
E nada.
E depois da
terceira tentativa, a mulher resolveu lhe falar:
– Minha
filha, para que você quer fogo se em volta de você há uma luz tão forte
que vento nenhum pode apagar?
Para
refletir
É inevitável
que passemos por situações escuras e até tenebrosas ao longo de nossas vidas.
Mas, tenha certeza de que se você está, de fato, na Luz, por mais que esteja
atravessando períodos de grandes e terríveis trevas, e ainda que os fortes
ventos tentem lhe lançar ao chão, nada será capaz de lhe derrubar e lhe impedir
de chegar aonde quer.
E por mais
que você não veja, a Luz de Deus ilumina os seus caminhos e orienta os seus
passos.
http://sites.universal.org/obreirosuniversal/blog/
Olá amiga Lourdes: gostei muito quer do seu poema, quer da bela lenda. Sou uma grande apaixonada por lendas e esta não conhecia.
ResponderExcluirBjn
Márcia
Olá querida Márcia, fico feliz que gostou. Obrigada pela visita, volte sempre. Bjuss
ExcluirUma partilha recheada de tão belos textos com imagens lindas!
ResponderExcluirRefletir assim é bem gostoso! Bj
Obrigada Gracinha! Seja sempre bem vinda. Bjuss
ExcluirMais uma postagem incrível. Podemos viver períodos difíceis (como eu vivi ano passado), mas quem está ao lado da luz tem uma força inexplicável.
ResponderExcluirUm ótimo domingo.
Beijinhos.
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P.S.: Por motivo de falta de tempo e entre outras coisas, eu posso passar um tempo sem visitar o seu cantinho. Vou continuar atualizando o blog normalmente, mas nem sempre vou retribuir a visita imediatamente, ok? Sempre que eu puder estarei aqui para curtir as suas postagens. Agradeço a sua compreensão e a sua visita.
Obrigada minha querida Aline, não se preocupe, volte quando for possível. Você mora o meu coração e será sempre bem vinda. Bjuss
ExcluirÓtima sua postagem, querida Lourdes, como o belo texto da Jaqueline Correa - não conhecia.
ResponderExcluirGostei muito de sua poesia, ressalvo:
"No céu, o sol fecha, por hoje, sua cortina,
Até que seus raios, na aurora venham brilhar
Esperançosa, olho para a colina,
Imaginando, os sonhos que irão descortinar!"
Belo! Beijo, amiga, um feliz domingo!
Obrigada querida Taís! Vindo de você os elogios é gratificante. Abraços, volte sempre.
ExcluirNão conhecia essa história, bem interessante, tal como o poema! :) Boa semana.
ResponderExcluir--
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Olá Inês seja bem vida,obrigada. Abraços
ExcluirLourdes
ResponderExcluirParabéns por tão belo poema.
Tenha um ótimo domingo e uma linda semana.
Beijos
Obrigada amiga! Que bom que gostou. Volte sempre, bjus
ExcluirSempre bonito. Adoro!
ResponderExcluirBeijocas e obrigada pelas palavras.
Obrigada querida Cláudia! Abraços
ExcluirParabéns Lourdes!
ResponderExcluirFantasticamente lindo poema e fotos.
Boa continuação, feliz semana
Beijinhos
Obrigada querida Amélia! Abraços, volte sempre.
ExcluirO seu belo poema revela-nos que a noite continua a ser um lugar de sobrevivência para os poetas. Como se fosse uma paisagem iluminada por todas as emoções e por todos os sentimentos.
ResponderExcluirGostei de a ler.
Uma boa semana.
Um beijo.
Obrigada querida Graça, fico feliz que gostou do poema. Abraços, volte sempre.
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