Corujas são símbolos da pedagogia devido a inteligência,
argúcia, astúcia, sensibilidade, visão e audição super potente das corujas, são
características necessárias para um pedagogo.
Como Professora
Multiplicadora do conhecimento, a minha contribuição
desta semana, será sobre Aavaliação, texto de José Carlos Libâneo. O texto será postado na íntegra, será sitado a fonte bibliográfica.
· 1º AVALIAÇÃO ESCOLAR
· 2º
UMA DEFINIÇÃO DE
AVALIAÇÃO ESCOLAR
· 3º
AVALIAÇÃO NA PRÁTICA
ESCOLAR
· 4º
CARACTERÍSTICA DA
AVALIAÇÃO
Uma
definição de avaliação escola
Segundo o professor Cipriano Carlos
Luckesi, a avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do
processo de ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões
sobre o seu trabalho.
Os dados relevantes se referem
às várias manifestações das situações didáticas, nas quais o professor e os
alunos estão empenhados em atingir os objetivos do ensino. A apreciação
qualitativa desses dados, através da análise de provas, exercício, respostas
dos alunos, realizações de tarefas etc., permite uma tomada de decisão para o
que deve ser feito em seguida.
Podemos, então, definir a avaliação
escolar como componente do processo de ensino que visa, através da verificação
e qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência destes com
os objetivos propostos e, daí, orientar a tomada de decisões em relações às
atividades didáticas seguintes.
Nos diversos momentos do processo de
ensino, são tarefas de avaliação: a verificação, a qualificação e a apreciação
qualitativas.
·
Verificação: coleta de dados sobre o
aproveitamento dos alunos, através de provas, exercícios e tarefas ou de meios
auxiliares, como observação de desenhos, entrevistas etc.
·
Qualificação: comprovação dos resultados
alcançados em relação aos objetivos e, conforme o caso, atribuído de notas ou
conceitos.
·
Apreciação Qualitativa: Avaliação propriamente dita dos
resultados, referindo-os a padrões de desempenho, esperados.
A avaliação escolar cumpre pelo menos
três: pedagógico-didática, de diagnóstico e de controle.
A função pedagógico-didática se refere
ao papel da avaliação no cumprimento dos objetivos gerais e específicos da
educação escolar. Ao se comprovar sistematicamente os resultados do processo de
ensino, evidencia-se ou não o atendimento das finalidades sociais do ensino, de
preparação dos alunos para enfrentarem as exigências da sociedade, de
inseri-los no processo global de transformação social e de propiciar meios
culturais de participação ativa nas diversas esferas da vida social. Ao mesmo
tempo, favorece uma atitude mais responsável do aluno em relação ao estudo,
assumindo-o como um dever social. Cumprindo sua função didática, a avaliação
contribui para a assimilação e fixação, pois a correção dos erros cometidos
possibilita aprimoramento, a ampliação e o aprofundamento de conhecimentos e
habilidades e, desta forma, o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas.
A função de diagnóstico permite identificar progressos e dificuldades dos
alunos e a atuação do professor que, por sua vez, determinam modificações do
processo de ensino para melhorar cumprir as exigências dos objetos. Na prática
escolar cotidiana, a função de diagnóstico é mais importante porque é a que
possibilita a avaliação do comprimento da função de comprimento da função
pedagógica- didática e a que dá sentido pedagógico à função de controle. A
avaliação diagnóstica ocorre no início, durante e no final do desenvolvimento
das aulas ou unidades didáticas. No início, verificam- se as condições prévias
dos alunos de modo a prepará-los para o estudo da matéria nova. Esta etapa
inicial é de sondagem de conhecimentos e de experiências já disponíveis bem
como de provimento dos prepará-los para o estudo da matéria nova. Esta etapa
inicia é de sondagem de conhecimentos e de experiências já disponíveis bem como
de provimento dos pré- requisitos para a seqüência da unidade didática. Durante
o processo de transmissão e assimilação é feito o acompanhamento do progresso
dos alunos, apreciando os resultados, corrigindo falhas, esclarecendo dúvidas,
estimulando-os a continuarem trabalhando até que alcancem resultados positivos.
Ao mesmo tempo, essa avaliação com os alunos, adequabilidade da sua linguagem
etc. Finalmente, é necessário avaliar os resultados da aprendizagem no final de
uma unidade didática, do bimestre ou do ano letivo. A avaliação global de um
determinado período de trabalho também cumpre a função de realimentação do
processo de ensino.
A função de controle se refere aos
meios e à freqüência das verificações e de qualificação dos resultados
escolares, possibilitando o diagnóstico das situações didáticas. Há um controle
sistemático e contínuo que ocorre no processo de interação professor-aluno no
decorrer das aulas, através de uma variedade de atividades, que permite ao
professor observar como os alunos estão conduzindo-se na assimilação de
conhecimento e habilidades e no desenvolvimento das capacidades mentais. Neste
caso, não se deve quantificar os resultados. O controle parcial e final se
refere a verificações efetuadas durante o bimestre e no final do semestre ou
ano, caso a escola exija o exame final.
Essas funções atuam de forma
interdependente, não podendo ser considerada isoladamente. A função
pedagógico-didática está referida aos próprios objetivos do processo de ensino
e diretamente vinculada ás funções de diagnóstico e de controle. A função se
torna esvaziada se não estiver referida à função pedagógico-didática e se não
for suprida de dados e alimentada pelo acompanhamento do processo de ensino que
ocorre na função de controle, a função de controle, sem a função de diagnóstico
e sem o seu significado pedagógico-didático, fica restringida à simples tarefa
de atribuição de notas e classificação.
Avaliação
na prática escolar
A prática da avaliação em nossa
escolas tem sido criticada sobretudo por reduzir-se à sua função de controle,
mediante a qual se faz uma classificação quantitativa dos alunos relativa ás
notas que obtiveram nas provas. Os professores não têm conseguido usar os
procedimentos de avaliação – que, sem dúvida, implicam o levantamento de dados
por meio de testes, trabalhos escritos etc. – para atender a sua função
educativa. Em relação aos objetivos, funções e papel da avaliação na melhoria
das atividades escolares e educativas, têm-se verificado na prática escolar
alguns equívocos que convém explicitar.
O mais comum é tomar a avaliação
unicamente como o ato de aplicar provas, atribuir notas e classificar os
alunos. O professor reduz a avaliação à cobrança daquilo que o aluno memorizou
e usa a nota somente como instrumento de controle. Ainda hoje há professores
que se vangloriam por deter o poder de aprovar ou reprovar. Quantas vezes se
ouvem afirmações inteiramente falsas sobre o que deve ser um trabalho docente
de qualidade, como por exemplo, “O professor X é excelente, reprovada mais da
metade da classe”, “O ensino naquela escola é muito puxado, poucos alunos
conseguem aprovação”. Tal idéia é descabida, primeiro porque a atribuição de
notas visa apenas o controle formal, com objetivo classificatório e não
educativo; segundo, porque o que importa é o veredicto do professor sobre o
grau de adequação e conformidade do aluno ao conteúdo que transmite. O grau de
adequação e conformidade do aluno ao conteúdo que transmite. Essa atitude
ignora a complexidade de fatores que envolve o ensino, os requisitos prévios
que têm os alunos para assimilar matéria nova, as diferenças individuais, o
nível de desenvolvimento intelectual, as dificuldades de assimilação devidas a
condições sociais, econômicas, culturas adversas dos alunos. Ao fixar critérios
de desempenho unilaterais, o professor avalia os alunos pelo seu mérito
individual, pela sua capacidade de se ajustarem aos seus objetivos,
independentemente das condições do ensino e dos alunos e dos fatores externos e
internos que interferem no rendimento escolar.
O outro equívoco é utilizar a
avaliação como recompensa aos “bons” alunos e punição para os desinteressados
ou indisciplinados. As notas se transformam em armas de intimidação e ameaça
para uns e prêmios para outros. È comum a prática de dar e tirar “pontos”
conforme o comportamento do aluno, ou a preocupação excessiva pela exatidão da
nota, às vezes reprovamos alunos por causa de décimos. Nestas circunstâncias, o
professor exclui o seu papel de docente, isto é, o de assegurar as condições e
meios pedagógico-didáticos para que os alunos sejam estimulados e aprendam sem
necessidade de intimidação.
O terceiro equívoco é o dos professores
que, por confiarem demais em seu “olho clínico”, dispensam verificações
parciais no decorrer das aulas. Neste caso, o prejuízo dos alunos é grande, uma
vez que o seu destino costuma ser traçado logo nos primeiros meses do ano. Os
condenados à repetência são isolados no canto da sala de aula e, não raro,
abandonam a escola.
O quarto equívoco é daqueles
professores que rejeitam as medidas quantitativas de aprendizagem em favor de
dados qualitativos. Consideram que as provas de escolaridades são prejudiciais
ao desenvolvimento autônomo das potencialidades e da criatividade dos alunos. Acreditam
que, sendo a aprendizagem decorrente preponderantemente da motivação interna do
aluno, toda situação de prova leva à ansiedade, à inibição e ao cerceamento do
crescimento pessoal. Por isso, recusam qualquer quantificação dos resultados.
Os equívocos aqui apontados mostram duas
posições extremas em relação à avaliação escolar: considerar apenas os aspectos
quantitativos ou apenas os qualitativos. No primeiro caso, a avaliação é vista
apenas como medida e, ainda assim,
mal utilizada. No segundo caso, a avaliação se perde na subjetividade de
professores e alunos, além de ser uma atitude muito fantasiosa quanto aos
objetivos da escola e à natureza das relações pedagógicas.
O entendimento correto da avaliação
consiste em considerar a relação mútua entre os aspectos quantitativos e
qualitativos. A escola cumpre uma função determinada socialmente, a de
introduzir as crianças e jovens no mundo da cultura e do trabalho; tal objetivo
social não surge espontaneamente na experiência das crianças jovens, mas supõe
as perspectivas traçadas pela sociedade e um controle por parte do professor.
Por outro lado, a relação pedagógica requer a independência entre influências
externas e condições internas dos alunos; o professor deve organizar o ensino,
mas o seu objetivo é o desenvolvimento autônomo e independente dos alunos.
Desse modo, a quantificação deve
transformar-se em qualificação, isto é, numa apreciação qualitativa dos resultados
verificados.
É verdade que a atitude de dar notas
somente com base em provas escritas tem limitações. As provas freqüentemente
são empregadas apenas para medir capacidade de memorização. Os livros didáticos
e as tarefas dadas pelos professores estão repletos de exercícios desse tipo.
Os professores, por sua vez, têm dificuldades em avaliar resultados mais
importantes do processo de ensino, como a compreensão, a originalidade, a
capacidade de resolver problemas, a capacidade de fazer relações entre fatos e
idéias etc.
Entretanto, as provas escritas e
outros instrumentos de verificação são meios necessários de obtenção de
informação sobre o rendimento dos alunos, A escola, os professores, os alunos e
os pais necessitam de comprovação quantitativa e qualitativa dos resultados do
ensino e da aprendizagem para analisar e avaliar o trabalho desenvolvido. Além
disso, por mais que o professor se empenhe na motivação interna dos alunos, nem
sempre conseguirá deles o desejo espontâneo para o estudo. As crianças precisam
de estimulação externa, precisam sentir-se desafiadas a fim de mobilizarem suas
energias físicas e intelectuais.
Portanto, se os objetivos e conteúdos
são adequados às exigências da matéria e às condições externas e internas de
aprendizagem dos alunos e se o professor demonstra um verdadeiro propósito
educativo, as provas dissertivas ou objetivas, o controle de tarefas e
exercícios de consolidação e outros tipos de verificação são vistos pelos
alunos como efetiva ajuda ao seu desenvolvimento mental, na medida em que
mostram evidências concretas da realização dos objetivos propostos.
Características da avaliação
escolar
Podemos, agora, sintetizar as
características mais importantes da avaliação escolar.
Reflete a unidade objetivos–conteúdos–métodos
A avaliação escolar é parte integrante
do processo de ensino e aprendizagem, e não uma etapa isolada. Há uma exigência
de que esteja concatenada com os objetivos-conteúdos-métodos expressos no plano
de ensino e desenvolvidos no decorrer das aulas. Os objetivos explicitam
conhecimentos, habilidades e atitudes, cuja compreensão, assimilação e
aplicação por meio de métodos adequados, devem manifestar-se em resultados
obtidos nos exercícios, provas, conversação didática, trabalho independente
etc.
Um aspecto particularmente relevante é
a clareza dos objetivos, pois os alunos precisam saber para que estão
trabalhando e no que estão sendo avaliados.
Possibilita a revisão do plano de ensino
O levantamento das condições prévias
dos alunos para iniciar nova matéria, os indícios de progresso ou deficiências
detectados na assimilação de conhecimentos, as verificações parciais e finais
são elementos que possibilitam a revisão do plano de ensino e o encaminhamento
do trabalho docente para a direção correta. Não apenas nas aulas, mas nos
contatos informais na classe e no recreio, o professor vai conhecendo dados
sobre o desempenho e aproveitamento escolar e crescimento dos alunos.
A avaliação ajuda a tornar mais clara
os objetivos que se quer atingir. No início de uma unidade didática, o
professor ainda não está muito seguro de como atingir os objetivos no decorrer
do processo de transmissão e assimilação. Á medida que vai conduzindo o
trabalho e observando a reação dos alunos, os alunos se vão clarificando, o que
possibilita tomar novas decisões para as atividades subseqüentes.
Ajuda a desenvolver capacidades e habilidades
Todas as atividades avaliativas
concorrem para o desenvolvimento intelectual, social e moral dos alunos, e
visam diagnosticar como a escola e o professor estão contribuindo para isso. O
objetivo do processo de ensino e de educação é que todas as crianças desenvolvam suas capacidades físicas e
intelectuais, seu pensamento independente e criativo, tendo em vista tarefas
teóricas e práticas, de modo que se preparem positivamente para a vida social. A
avaliação deve ajuda todas as crianças a crescerem: os ativos e os apáticos, os
espertos e os lentos, os interessados e os desinteressados, Os alunos não são
iguais, nem no nível sócio-econômico nem nas suas características individuais.
A avaliação possibilita o conhecimento de cada um, da sua posição em relação à
classe, estabelecendo uma base para atividades de ensino e aprendizagem.
Voltar-se para a atividade dos alunos
A avaliação do rendimento escolar deve
centrar-se no entendimento de que as capacidades se expressam no processo da
atividade do aluno em situações didáticas. Por essa razão, é insuficiente
restringir as verificações a provas no final de bimestres.
Ser objetiva
A avaliação deve ter caráter objetivo,
capaz de comprovar os conhecimentos realmente assimilados pelos alunos, de
acordo com os objetivos e os conteúdos trabalhados. Isso não significa excluir
a subjetividade do professor e dos alunos, que está sempre presente na relação
pedagógica; mas a subjetividade não pode comprometer as exigências objetivas-
sociais e didáticas- inerentes ao processo de ensino. Para garantir a exigência
de objetividade, aplicam-se instrumentos e técnicas diversificadas de
avaliação.
Ajuda na autopercepção do professor
A avaliação é, também, um termômetro
dos esforços do professor. Ao analisar os resultados do rendimento escolar dos
alunos, obtém informações sobre o desenvolvimento do seu próprio trabalho. O professor
pode perguntar-se: “meus objetivos estão suficientemente claros? Os conteúdos
estão acessíveis, significativos e bem dosados? Os métodos e os recursos
auxiliares de ensino estão adequados? Estou conseguindo comunicar-me
adequadamente com todos os alunos? Estou dando a necessária atenção aos alunos
com mais dificuldades? Ou estou dando preferência só aos bem-sucedidos, aos
mais dóceis e obedientes? Estou ajudando os alunos a ampliarem suas aspirações,
a terem perspectivas de futuro, a valorizarem o estudo?”.
Reflete valores e expectativas do professor em
relação aos alunos
Os conhecimentos, as habilidades, as
atitudes e os hábitos, bem como a maneira de ser do professor, indicam as
crenças e propósitos em relação ao seu papel social e profissional diante dos
alunos. Se o professor dá mostras de desatenção à criança pobre ou
mal-sucedida, isso pode estar indicando uma discriminação social com essa
criança social com essa criança. Se não se empenha na organização dos alunos,
nos hábitos de higiene, no relacionamento entre as crianças, indica que não
valoriza esses aspectos. Atitudes de favoritismo por certos alunos, de preconceito
social, de ironia em relação ao modo de os alunos se expressarem etc. são
antidemocráticas, portanto deseducativas.
A avaliação é um ato pedagógico. Nela
o professor mostra as suas qualidades de educador na medida em que trabalha
sempre com propósitos definidos em relação ao desenvolvimento das capacidades
físicas e intelectuais dos alunos face às exigências da vida social.
Entretanto, o fato de o processo de avaliação ter como referência os objetivos
do ensino não significa que estes possam ser determinados apenas com base na
matéria do programa oficial ou do livro didático. Os objetivos devem expressar
também a reais possibilidades dos alunos de modo que estejam em condições de
cumprir as exigências colocadas pela escola.
A avaliação escolar, portanto, envolve
a objetividade e a subjetividade, tanto em relação ao professor como aos
alunos. Se somente levar em conta aspectos objetivos, acaba tornando-se
mecânica e imparcial; atendo-se somente às necessidades e condições internas
dos alunos, pode comprometer o cumprimento das exigências sociais requeridas da
escola.
FONTE BIBLIOGRÁFICA:
- LIBÂNEO, José Carlos. Didática/ josé Carlos Libâneo- São Paulo: Cortez, 1994.- ( Coleção Magistério: série formação do professor).
pgs:195 -203.
Fotos: Cópias da internet.