PARA REFLETIR
Refletir é uma forma de se reconhecer e entender a essência que nos forma.
A reflexão é um
excelente exercício para buscarmos o melhor que temos em nós e, assim
nos tornamos pessoas que realmente se conhecem.
Solução interior
“ Um homem escutou falar de um grande mestre que morava na
Pérsia. Vendeu todas as suas coisas, despediu-se da família e foi em busca da
sabedoria.
Depois
de anos viajando, conseguiu chegar diante da cabana do mestre. Cheio de temor e
respeito, aproximou-se e bateu. O mestre
abriu a porta.
-Venho
da Turquia. Estou viajando há vários anos só para lhe fazer uma pergunta.
-Está
bem. Pode fazer apenas uma pergunta.
-Preciso
ser claro no que vou perguntar. Posso falar em turco?
-Pode –
disse
o sábio, e já respondi sua única pergunta. Qualquer outra que você
quiser fazer, pergunte ao seu
coração. Ele lhe dará a melhor
resposta sempre.
E fechou a porta.
Com o
tempo, o viajante percebeu que recebera uma sábia lição, pois geralmente
buscava as soluções dos seus problemas longe de si, quando, na verdade, todas
as orientações e ajuda de que necessitava encontravam-se no seu interior.(As
Fonte: Belas parábolas de todos os tempos – Editora leitura)
Pequeno conto chinês
Quem seria a
escolhida?

Conta-se que, por volta do ano 250 A.C, na antiga China, um príncipe
da região norte do país estava prestes a ser coroado imperador mas, de
acordo com a lei, deveria casar-se primeiro. Sabendo isso, ele resolveu
lançar um "desafio" às raparigas da corte ou a quem quer que se achasse
digna de sua proposta.
No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia todas as pretendentes
numa recepção especial, na qual revelaria os pormenores do desafio. Uma
senhora idosa, serva no palácio há muitos anos, ouvindo os comentários
sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua
jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.
Ao chegar a casa e contar o facto à jovem, espantou-se ao saber que ela
pretendia ir à recepção, e indagou incrédula: «Minha filha, o que vais
lá fazer? Estarão presentes as mais belas e ricas raparigas da corte.
Tira essa ideia da cabeça. Eu sei que tu deves estar a sofrer, mas não
transformes o sofrimento em loucura.»
E a filha respondeu: «Não, querida mãe, eu não estou sofrendo e muito
menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é a minha
oportunidade de ficar alguns momentos perto do príncipe, e isso já me
torna feliz.»
À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de facto, as mais belas
raparigas, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as
mais determinadas intenções. Então, o príncipe anunciou o desafio:
«Darei, a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis
meses, me trouxer a mais bela flor, será a escolhida para minha esposa e
futura imperatriz da China.»
A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo,
que valorizava muito o principio de "cultivar" algo, como costumes,
amizades, relacionamentos, etc...
O tempo passou e a doce jovem, sem experiência na arte da jardinagem,
cuidava com muita paciência e ternura da sua semente, acreditando que,
se a beleza da flor fosse proporcional ao seu amor, ela não precisaria
de se preocupar com o resultado.
Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tentara tudo, usara todos
os métodos que conhecia, mas nada nascera. Dia após dia, ela via cada
vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por
fim, passado os seis meses, nada rebentou. Consciente do seu esforço e
dedicação, a moça comunicou à mãe que, independentemente das
circunstâncias, voltaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não
pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.
À hora marcada lá estava, com o vaso vazio, junto às outras
pretendentes, cada uma com uma flor, qual delas a mais bela. Admirada,
não parava de olhar a beleza, as formas e as cores das flores das suas
companheiras.
O príncipe chegou e observou cada uma das pretendentes com muito cuidado
e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e
indica que a jovem do vaso vazio é a sua futura esposa. Os presentes
ficam surpresos e incrédulos. Ninguém compreendia a escolha do príncipe:
precisamente aquela que nenhuma flor apresentara.
Então, calmamente, o príncipe esclareceu:
«Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar
uma imperatriz. A flor da honestidade, pois todas as sementes que
entreguei eram estéreis.»
É caros amigos, a verdade sempre aparece, em algum momento a mentira é
descoberta. Que possamos acreditar que quando fizemos o nosso melhor a
recompensa virá, o importante é ser humilde e verdadeiro.

PARÁBOLAS BUDISTAS
A PARÁBOLA DA CASA EM CHAMAS
Capítulo Hiyu do Sutra de Lótus
De acordo com esta parábola, certa vez havia um homem rico que tinha uma
grande quantidade de terra e muitas casas e serventes. A sua riqueza
era imensurável.
A sua mansão era suficientemente grande para quinhentas pessoas viverem
confortavelmente. Contudo, a casa estava se tornando velha. Suas vigas,
paredes e pilares e base estavam se tornando decadentes, começando a
cair em pedaços.
Os filhos do rico, contudo, gostavam de brincar nesta decrépita casa. Um
dia irrompeu um incêndio e propagou-se rapidamente por toda a casa, mas
os filhos estavam totalmente absortos em brincadeiras, e não tinham a
mínima ideia de que havia um incêndio.
Desenho de Sandro Neto Ribeiro
O milionário viu isto e gritou aos seus filhos: "Fogo! Fogo! Saiam
rapidamente, antes que morram queimados! Rápido!" Contudo, os filhos
estavam tão entretidos na brincadeira que não ouviam o aviso do pai,
realmente não compreendiam o que ele queria dizer com estar em perigo.
O pai estava fora de si, mas como os filhos não o ouviam, decidiu usar
uma tática especial. Lembrando-se de que seus filhos gostavam de coisas
curiosas e raras, gritou-lhes:
"Tenho algumas coisas raras e maravilhosas para vocês. Se não vierem
para receber, mais tarde se lamentarão. Fora da casa tenho algumas belas
carretas: uma puxada por um carneiro, um por um veado e uma por um boi.
Poderão brincar com elas até se satisfazerem completamente. Agora saiam e eu as darei a vocês."
Quando ouviram a promessa do pai, os filhos apostaram entre si para ver
quem seria o primeiro a sair da casa em chamas. Eles disseram então ao
pai "Por favor, dê-nos a carreta, de carneiro, de veado e de boi como
prometeu.
"Assim, o rico deu a cada um dos filhos uma carreta que, na realidade,
era mais bonita do que as que esperavam. Cada uma das suas carretas era
puxada por um grande boi branco e decorada com sete espécies de
materiais preciosos.
Elas eram bem maiores e mais bonitas do que qualquer uma das prometidas.
O pai observou os filhos desfrutando das suas novas carretas e pensou
consigo mesmo:
"Minhas riquezas são imensuráveis e amo todos os meus filhos igualmente.
Não posso lhes dar veículos inferiores. Tenho riquezas suficiente para
dar carretas de boi branco a todas as pessoas no meu país; portanto,
certamente darei as mesmas aos meus próprio filhos."
EXPLANAÇÃO
Esta parábola é repleta de implicações, e Sakyamuni subsequentemente
revela o que significa. A casa em chamas significa este mundo. Os filhos
brincando na casa em chamas são as pessoas no mundo que sofrem nas
chamas dos desejos. O rico representa o Buda que aparece no mundo em
chamas para salvá-las.
O Buda usa de vários meios para salvar os seus filhos queridos das
chamas do sofrimento. Na parábola, o rico usou as três espécies de
carretas como um meio para salvar os filhos do incêndio.
Nos ensinos do Buda, as três carretas representam os três veículos da
Erudição, Absorção e Bodhisatva. Sakyamuni tinha exposto os três
veículos como metas da vida antes que seus filhos fossem capazes de
ouvir o Sutra de Lótus.
Com os ensinos dos três veículos, Sakyamuni gradualmente fez as pessoas
adquirirem a capacidade de crer e compreender o Sutra de Lótus.
No fim o Buda foi capaz de dar a seus filhos a carreta do grande boi
branco, que indica o supremo veículo do Estado de Buda, Isto é, o
próprio Sutra de Lótus.
Nos Últimos Dias da Lei, o supremo veículo é o Gohonzon das Três Grandes
Leis Secretas - o veículo capaz de levar todas as pessoas do mundo a
iluminação.
O que é especialmente notável a respeito da parábola acima mencionada e o
fato de que a vida diária do homem é comparada a brincar numa casa em
chamas.
Os filhos brincavam totalmente despercebidos do incêndio, e mesmo quando
o pai lhes advertiu sobre ele, não compreenderam o que queria dizer.
Isto simboliza o fato de que as pessoas absortas em busca dos prazeres
imediatos que não podem ver os inevitáveis resultados das suas ações.
Elas não compreendem que a lei da causa e efeito governa toda a vida e
fazem desesperados esforços para ter lucro, poder e fama.
Contudo, elas estão somente criando o carma que as levará ao
arrependimento a longo prazo. Embora a parábola tenha sido contada às
pessoas da Índia antiga há muito, dá-nos uma notável e precisa descrição
da vida de hoje.
FONTE DO TEXTOAs Mais Belas Histórias Budistas, página criada por Sandro Neto Ribeiro.
Texto extraído da Revista "Terceira Civilização", Maio de 1985. Publicado no site
www.eurooscar.com/parabbud/indice.htm
As sete maravilhas do mundo
E ela estava com vergonha de dizê-las
Um grupo de estudantes estudava as sete maravilhas do
mundo. No final da aula, foi pedido aos estudantes que fizessem uma
lista do que consideravam as sete maravilhas. Embora houvesse algum
desacordo, começaram os votos:
1) O Taj Mahal
2) A Muralha da China
3) O Canal do Panamá
4) As pirâmides do Egito
5) O Grand Canyon
6) O Empire State Building
7) A Basília de São Pedro
Ao recolher os votos, o professor notou uma estudante
muito quieta. A menina não tinha virado sua folha ainda. O professor
então perguntou a ela se tinha problemas com sua lista. A menina quieta
respondeu:
- Sim, um pouco. Eu não consigo fazer a lista, porque
são muitos.
O professor disse:
- Bem, diga-nos o que você já tem e talvez nós
possamos ajudá-la.
A menina hesitou, então leu:
- Eu penso que as sete maravilhas do mundo sejam:
1 - Ver
2 - Ouvir
3 - Tocar
4 - Provar
5 - Sentir
6 - Rir
7 - E amar ...
A sala então ficou completamente em silêncio...
(autor desconhecido)
O Samurai
A quem pertence um
presente?
Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já
idoso, que agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens. Apesar de sua
idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total
falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica
da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro
movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os
erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e
impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a
reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua
fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a idéia, mas o velho
aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou
a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção,
cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo
inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo,
mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se
já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato de que o mestre aceitar tantos
insultos e provocações, os alunos perguntaram: "Como o senhor
pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo
sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante
de todos nós?"
"Se alguém chega até você com um presente, e
você não o aceita, a quem pertence o presente?" - perguntou o
Samurai. "A quem tentou entregá-lo" - respondeu um dos discípulos.
"O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos" - disse o
mestre. "Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os
carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você.
As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir..."
Aladim e a lâmpada maravilhosa
Um gênio diferente, um final
surpreendente
Aladim caminhava por uma viela estreita e escura
quando um cálido brilho no chão chamou sua atenção. Aproximando-se,
viu que era uma lâmpada. Estava a olhá-la por vários ângulos quando
viu sob a poeira algo que parecia ser algum escrito. Passou a mão no
local e subitamente uma grande luz branca começou a surgir do bico da lâmpada.
Aladim assustou-se e deixou cair a lâmpada, enquanto uma grande forma
humana masculina ia se formando no espaço antes vazio. Ao invés de
terminar em pés, suas pernas se afunilavam na direção do bico da lâmpada.
A forma algo fantasmagórica flutuava envolta por uma aura oscilante.
Antes que Aladim pudesse sequer avaliar a situação,
a forma disse com voz grave e firme:
- Sou o Gênio da Lâmpada, e você tem direito a um
desejo.
Recobrando-se, Aladim compreendeu logo a situação e,
sem questionar porque era um só desejo, já ia dizendo algo quando o Gênio
continuou:
- Mas há três condições.
Três condições? Onde já se viu gênio ter condições
para atender desejos? Aladim continuou ouvindo.
- Primeira condição: o que quer que você deseje,
deve se realizar antes em sua mente.
Aladim já ia perguntar o que isto queria dizer, mas o
Gênio não deixou:
- Segunda condição: o que quer que você deseje,
deve desejar integralmente, sem conflitos. Desta vez Aladim esperou.
- Terceira condição: o que quer você deseje, deve
ser capaz de continuar desejando para continuar a ter.
Aladim, ansioso por dizer logo o que queria, fez o
primeiro desejo assim que pôde falar:
- Eu quero um milhão de dólares!
- Já se imaginou tendo um milhão de dólares?
Aladim agora entendera o que queria dizer a primeira
condição. Na mesma hora vieram à sua mente imagens de si mesmo
nadando em dinheiro, comprando muitas coisas, Mas ao se imaginar,
questionou-se se teria que compartilhar parte do dinheiro com pobres ou
outras pessoas. Aí entendeu a segunda condição, e percebeu que seu
desejo não poderia ser atendido.
Aladim então buscou então algum desejo que poderia
ter sem conflitos. Pensou, pensou, buscou e por fim disse ao Gênio:
- Senhor Gênio, eu quero uma companheira bela, sábia
e carinhosa. Aladim tinha se imaginado com uma mulher assim e sentiu que
aquilo ele queria de verdade, sem qualquer conflito.
O Gênio fez um gesto e de sua mão saiu um feixe de
luz esverdeada na direção do coração de Aladim. Este teve uma
alucinação, como um sonho, de estar vivendo com uma mulher bela, sábia
e carinhosa por vários anos. E viu-se então enjoado, não a queria
mais depois de tanto tempo. Voltando à realidade, Aladim lembrou-se das
cenas e viu que aquele desejo também não poderia ser atendido.
Entristeceu-se, pensando que jamais poderia querer e continuar querendo
algo sem conflitos.
Algo aparentemente aconteceu. O rosto de Aladim
iluminou-se, e ele se empertigou todo para dizer ao Gênio que já sabia
o que queria.
- Sim? O Gênio foi lacônico. Aladim completou, em um
só fôlego:
- Eu desejo que você me dê a capacidade de realizar
os desejos que eu imaginar em minha mente sem conflitos!
Algo inesperado aconteceu: o Gênio foi se soltando da
lâmpada, formaram-se duas pernas completas no seu corpo e ele desceu
devagar até finalmente apoiar-se no chão, em frente a Aladim, que o
olhava com um ar interrogador.
- Obrigado, disse o Gênio, sorridente. Estava escrito
que eu seria libertado quando alguém pedisse algo que já tivesse!
Virgílio Vasconcelos Vilel
Água viva ( Autor Desconhecido)
O Evangelho segundo João narra uma intrigante
passagem da vida do Cristo.
O Mestre Divino, ao passar pela Samaria, assentou-Se
junto à fonte de Jacó.
Pediu a uma mulher que lá estava que Lhe desse de
beber.
A samaritana ficou escandalizada por um judeu lhe
dirigir a palavra.
Jesus respondeu que, se soubesse com quem falava,
ela é que Lhe pediria água viva.
Ante a incompreensão da interlocutora, ressaltou que
quem bebe da água viva nunca mais tem sede.
Segundo a narrativa, a mulher ainda demonstrou
dúvida a respeito de qual local seria o melhor para
adorar a Deus ao que o Cristo lhe respondeu que Deus
deve ser adorado em Espírito e Verdade.
Essa passagem evangélica é um tanto hermética e
comporta várias leituras.
Uma delas é que a água viva refere-se a uma nova
forma de compreensão da Divindade.
Até então, vigorava a idéia de um Deus dos
exércitos, que precisava ser temido.
Segundo a concepção vigorante, Ele se encolerizava,
castigava terrivelmente e devia ser agradado e
aplacado.
Jesus apresentou ao mundo um Deus amoroso, ao qual
chamou Pai.
Não se tinha mais um soberano terrível no comando do
Universo.
Agora já havia um Pai cheio de amor e infinito em
Seus cuidados.
Essa sagrada emoção do amor Divino possui o condão
de repletar as criaturas de paz.
As necessidades e agruras materiais passam a ser
vistas por outra concepção.
Elas não são mais um castigo, mas uma tarefa e uma
oportunidade.
A Divindade piedosa e cheia de compaixão deseja que
o bem se instaure no Cosmo.
Ela almeja a transformação de Seus filhos e a
salvação de absolutamente todos.
Para tanto, faculta-lhes trabalhos e tarefas, a fim
de que cresçam, aprendam e se libertem de velhos
vícios.
Não há mais espaço para disputas religiosas, a
partir do instante em que se compreende a proposta
Divina para a Humanidade.
Não há favoritos e nem perseguidos, mas filhos
amados.
Todos são irmãos e absolutamente todos se salvarão.
A certeza desse maravilhoso amor a aquecer a Criação
inteira traz paz e esperança.
Não é mais preciso temer o futuro e o destino.
Tudo se encaminha para o mais alto bem, ainda que de
forma pouco compreensível no imediatismo da vida
terrena.
O relevante é amar o semelhante e instruir-se na
compreensão da vida, a fim de ser um agente do
progresso que gradualmente se instaura.
Trata-se de uma água viva, plena de fervor e
idealismo.
Ela propicia o apagar das paixões e o arrefecer do
egoísmo.
Faz cessar para sempre a sede de sensações.
Apresenta um propósito de vida viável e plenificador:
ser melhor, mais útil e generoso a cada dia.Pense nisso.
|
PESCADOR ( Autor desc.)
Um homem muito rico resolveu
viajar. Pegou seu iate e saiu pelo mundo. Certo dia, chegou a uma ilha
maravilhosa, cheia de riachos de água cristalina e de cachoeiras. Tinha também
muitos tipos de árvores frutíferas e muito peixe. O homem rico começou a andar
pela ilha e encontrou um caboclo deitado numa rede, olhando para aquele mar
muito azul. Chegou bem perto do caboclo
e puxou conversa:
-
Muito bonito tudo por aqui...
-
É... - disse o caboclo, sem tirar os
olhos daquele mar.
-
Tem muito peixe esse mar?
-
É só jogar a rede e você pegará quantos
quiser.
-
Por quê você não pesca bastante?
-Para
que?
- Ora, você pega um montão de peixes e vende.
-
Para que?
-
Com o dinheiro desses peixes, você compra um barco maior, vai mais no fundo e
pega mais peixe ainda.
-
Para que?
-
Com o dinheiro você compra mais um barco, pega mais peixe e ganha mais
dinheiro.
-
Para que?
-
Você vai juntando cada vez mais dinheiro, compra cada vez mais barcos, até
chegar o dia em que você terá uma indústria de pesca.
-
Para que?
-
Ora, homem, você será um homem poderoso, um homem rico, terá tudo que quiser, tudo que sonhar, poderá
comprar um iate como o meu, poderá comprar uma ilha como esta e, então, ficar o
resto da vida descansando sem preocupações...
-
E o que é que estou fazendo agora?
O lenhador e a raposa
Ele não pensou duas vezes
Um
lenhador acordava às 6 da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando
lenha, só parando tarde da noite. Ele tinha um filho lindo de poucos
meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de
sua total confiança. Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a
raposa cuidando do bebê. Ao anoitecer, a raposa ficava feliz com a sua
chegada.
Os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um
bicho, um animal selvagem, e portanto não era um animal confiável, e
quando sentisse fome comeria a criança. O lenhador dizia que isso era
uma grande bobagem, pois a raposa era sua amiga e jamais faria isso. Os
vizinhos insistiam: “Lenhador, abra os olhos! A raposa vai comer seu
filho. Quando ela sentir fome vai comer seu filho!”
Um dia o lenhador, exausto do trabalho e cansado
desses comentários, chegou em casa e viu a raposa sorrindo como sempre,
com sua boca totalmente ensanguentada. O lenhador suou frio e, sem
pensar duas vezes, acertou um machado na cabeça da raposa. Desesperado,
entrou correndo no quarto. Encontrou seu filho no berço, dormindo tranqüilamente,
e ao lado do berço uma cobra morta.
(Autor desconhecido.
Ele esteve lá
Conta-se que um poeta estava um dia passeando ao crepúsculo
em uma floresta, quando de repente
surgiu diante dele uma aparição do maior dos poetas, Virgílio. Virgílio
disse ao apavorado poeta que o destino estava sorrindo para ele e que
ele tinha sido escolhido para conhecer os segredos do Céu e do Inferno.
Por mágica Virgílio transportou-se e ao poeta, ainda apavorado com
experiência tão súbita, ao velho e mítico rio que circundava o
submundo. Entraram em uma canoa e Virgílio instruiu o poeta para remar
até o Inferno. Quando chegaram, o poeta estava algo surpreso por
encontrar um lugar semelhante à floresta onde estavam, e não feito de
fogo e enxofre nem infestado de demônios alados e criaturas nojentas
exalando fogo, como ele esperava.
Virgílio pegou o poeta pela mão e levou-o por uma
trilha. Logo o poeta sentiu, à medida que se aproximavam de uma
barreira de rochas e arbustos, o cheiro de um delicioso ensopado. Junto
com o cheiro, entretanto, vinham misteriosos sons de lamentações e
ranger de dentes. Ao contornar as rochas, depararam-se com uma cena
incomum. Havia uma grande clareira com muitas mesas grandes e redondas.
No meio de cada mesa havia uma enorme panela contendo o ensopado cujo
cheiro o poeta havia sentido, e cada mesa estava cercada de pessoas
definhadas e obviamente famintas. Cada pessoa segurava uma colher com a
qual tentava comer o ensopado. Devido ao tamanho da mesa, entretanto, e
por serem as colheres compridas de forma a alcançar a panela no centro,
o cabo das colheres era duas vezes mais comprido do que os braços das
pessoas que as usavam. Isto tornava impossível para qualquer uma
daquelas pessoas famintas colocar a comida na boca. Havia muita luta e
imprecações enquanto cada pessoa tentava desesperadamente pegar pelo
menos uma gota do ensopado.
O poeta ficou muito abalado com a terrível cena, até
que tampou os olhos e suplicou a Virgílio que o tirasse dali. Em um
momento eles estavam de volta à canoa e Virgílio mostrou ao poeta como
chegar até o Céu. Quando chegaram, o poeta surpreendeu-se novamente ao
ver uma cena que não correspondia às suas expectativas. Aquele lugar
era quase exatamente igual ao que eles tinham acabado de sair. Não
havia grandes portões de pérolas nem bandos de anjos a cantar.
Novamente Virgílio conduziu-o por uma trilha onde um cheiro de comida
vinha de trás de uma barreira de rochas e arbustos. Desta vez,
entretanto, eles ouviram cantos e risadas quando se aproximaram. Ao
contornarem a barreira, o poeta ficou muito surpreso de encontrar um
quadro idêntico ao que eles tinham acabado de deixar; grandes mesas
cercadas pAbraço de Deus
É uma avó que conta que, certo dia, sua filha lhe
telefonou do Pronto-Socorro. Sua neta, Robin, de
apenas seis anos, tinha caído de um brinquedo, no
pátio da escola, e havia ferido gravemente a boca.
A avó foi buscar as irmãs de Robin na escola e
passou uma tarde agitada e muito tensa, cuidando das
crianças, enquanto aguardava que a filha retornasse
com a menina machucada.
Quando finalmente chegaram, as irmãs menores de
Robin correram para os braços da mãe. Robin entrou
silenciosa na casa e foi se sentar na grande
poltrona da sala de estar.
O médico havia suturado a boca da menina com oito
pontos internos e seis externos. O rosto estava
inchado, a fisionomia estava modificada e os fios
dos cabelos compridos estavam grudados com sangue
seco.
A garotinha parecia frágil e desamparada. A avó se
aproximou dela com o máximo cuidado. Conhecia a
neta, sempre tímida e reservada.
“Você deseja alguma coisa, querida?”, perguntou.
Os olhos da menina fitaram a avó firmemente e ela
respondeu:
“Quero um abraço.”
* * *
À semelhança da garotinha machucada, muitas vezes
desejamos que alguém nos tome nos braços e nos
aninhe, de forma protetora.
Quando o coração está dilacerado pela injustiça,
quando a alma está cheia de curativos para disfarçar
as lesões afetivas, gostaríamos que alguém nos
confortasse.
Quando dispomos de amores por perto, é natural que
os busquemos e peçamos: “Abrace-me. Escute-me. Dê-me
um pouco de carinho. Um chá de ternura.”
Contudo, quando somos nós que sempre devemos
confortar os outros, mais frágeis que nós mesmos, ou
quando vivemos sós, não temos a quem pedir tal
recurso salutar.
Então, quando estivermos ansiosos por um abraço
consolador nos nossos momentos de cansaço, de
angústia e de confusão, pensemos em quem é o
responsável maior por nós.
Quando não tivermos um amigo a quem telefonar para
conversar, conversemos com Nosso Pai. Sirvamo-nos
dos recursos extraordinários da oração e digamos
tudo o que Ele, como Onisciente, já sabe, mas que
nós desejamos contar para desabafar, aliviar a
tensão interna.
Falemos das nossas incertezas e dos nossos
dissabores, sobre as nossas decepções e nossos
desacertos e nos permitamos sentir o envolvimento do
Seu abraço de Pai amoroso e bom.
Não importa como o chamemos: Pai, Deus, Criador,
Divindade. O importante é que abramos a nossa
intimidade e nos permitamos ser acarinhados por Ele.
Ele sempre está pronto para abraçar Seus filhos, sem
impor condições.
E se descobrirmos que faz muito tempo que não
sentimos esse abraço Divino, tenhamos a certeza de
que faz muito tempo que não o pedimos.
* * *
Victor Hugo, poeta e romancista francês, escreveu um
dia: “Tenha coragem para lidar com as grandes
tristezas da vida. E paciência para lidar com as
pequenas.
E, depois de ter cumprido laboriosamente sua tarefa
diária, vá dormir em paz.
Deus continua acordado.”
Pensemos nisso. Deus está sempre acordado, e velando
por nós.r pessoas com colheres de cabos desproporcionais e uma grande
panela de ensopado no centro de cada mesa. A única e essencial diferença
entre aquele grupo de pessoas e o que eles tinham acabado de deixar, era
que as pessoas neste grupo estavam usando suas colheres para alimentar
uns aos outros.
Fonte: Robert B. Dilts e outros
No livro Neuro-Linguistic
Programming Vol. I (Meta Publications)
Tradução: Virgílio
Vasconcelos Vilela.