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terça-feira, 20 de novembro de 2012

PONTO FINAL

Queridos leitores, pesquisando na net encontrei este texto, é longo mas vale a pena ler, trata-se de uma história emocionante.


Ponto final...


Há vinte anos, eu ganhava a vida como motorista de táxi.
Era uma vida ótima, própria para alguém que não desejava ter patrão.
O que eu não percebi, é que aquela vida era também um ministério.
Em face de eu dirigir no turno da noite, meu táxi tornou-se,
muitas vezes, um confessionário.
Os passageiros embarcavam e sentavam atrás, totalmente anônimos,
e contavam episódios de suas vidas: suas alegrias e suas tristezas.
Encontrei pessoas cujas vidas surpreenderam-me, enobreceram-me,
fizeram-me rir e chorar.
Mas nenhuma me tocou mais do que a de uma velhinha que eu peguei
tarde da noite:
Estávamos em agosto. eu havia recebido uma chamada de um pequeno
prédio de tijolos, de quatro andares, em uma rua tranqüila de
um subúrbio da cidade.
Eu imaginara  que iria pegar pessoas num fim de festa, ou alguém que 
brigara com o amante, ou talvez um trabalhador indo para um turno da 
madrugada de alguma fábrica da parte industrial da cidade.  
Quando eu cheguei às 02:30 da madrugada, o prédio estava escuro,
com exceção de uma única lâmpada acesa numa janela do andar térreo.
Nessas circunstâncias, muitos motoristas teriam buzinado duas ou
três vezes, esperariam um minuto, então iriam embora.
Mas eu tinha visto inúmeras pessoas pobres que dependiam de táxis,
como o único meio de transporte a tal hora.
A não ser que a situação fosse claramente perigosa, eu sempre
ia até a porta.   

"Este passageiro pode ser alguém que necessita de ajuda"
- eu pensei.
Assim fui até a porta e bati.

"Um minuto!" - respondeu uma voz débil e idosa.

Eu ouvi alguma coisa ser arrastada pelo chão.

Depois de uma pausa longa, a porta se abriu.

Uma octogenária, pequenina, apareceu.

Usava um vestido estampado e um chapéu bizarro que mais parecia
uma caixa com véu, daqueles usados pelas senhoras idosas nos filmes
da década de 40.

Ao seu lado havia uma pequena valise de nylon.

O apartamento parecia estar desabitado há muito tempo.

Toda a mobília estava coberta por lençóis.

Não havia relógios, roupas ou utensílios sobre os móveis.

Num canto jazia uma caixa com fotografias e vidros.

"O Sr. poderia colocar a minha mala no carro?" - ela me pediu.

Eu peguei a mala e caminhei vagarosamente para o meio-fio, e ela
ficou agradecendo minha ajuda.

"Não é nada. Eu apenas procuro tratar meus passageiros da melhor
forma possível."
- disse-me.


"Oh!, você é um bom rapaz!" - disse-me ela, sorrindo.

Quando embarcamos, ela me deu o endereço e pediu-me:

"O Sr. poderia ir pelo centro da cidade?"

"Não é o trajeto mais curto..." - alertei-a prontamente.

"Eu não me importo. Não estou com pressa, pois meu destino
é um asilo de velhos."


Eu olhei pelo retrovisor.

Os olhos da velhinha estavam marejados, brilhando.

"Eu não tenho mais família..."
"Meu médico diz que tenho pouco tempo..."


Eu, disfarçadamente, desliguei o taxímetro e perguntei:

"Qual o caminho que a Sra. deseja que eu tome?"

Nas duas horas seguintes, nós rodamos pela cidade.

Ela me mostrou o edifício que havia, em certa ocasião, trabalhado
como ascensorista.

Nós passamos pelas cercanias em que ela e o marido tinham vivido
como recém-casados.

Ela me pediu que passasse em frente  a um depósito de móveis, que havia
sido um grande salão de dança que ela freqüentara quando mocinha.
De vez em quando, pedia-me para dirigir vagarosamente em frente
à um edifício ou esquina.
Ficava, então, com os olhos fixos na escuridão, sem dizer nada.

Quando o primeiro raio de sol surgiu no horizonte, ela disse, de repente:

"Eu estou cansada. Vamos agora?"


Viajamos, então, em silêncio, para o endereço  que ela havia me dado.

Chegamos a um prédio baixo, lúgubre, como  uma pequena casa de repouso.

A via de entrada passava sob um pórtico.

Dois atendentes caminharam até o táxi, assim que ele parou.

Eram muito amáveis e atenciosos, e observavam todos os movimentos dela.

Eles a deviam estar esperando.

Eu abri o porta-malas do carro e levei a pequena valise para a porta.

A senhora, já sentada em uma cadeira de rodas, perguntou-me :

"Quanto lhe devo?" - e já foi abrindo a bolsa para pagar.

"Nada" - respondi.

"Você tem que ganhar a vida, meu jovem..."

"Há outros passageiros" - respondi.

Quase sem pensar, eu curvei-me e dei-lhe um abraço.

Ela me envolveu comovidamente.

"Você deu a esta velhinha bons momentos de alegria. Obrigada!"

"Eu que agradeço." - respondi.

Apertei sua mão e caminhei no lusco-fusco da alvorada.

Atrás de mim uma porta foi fechada.

Era o som do término de uma vida.

Naquele dia não peguei mais passageiros.

Dirigi sem rumo, perdido nos meus pensamentos.

Mal podia respirar de emoção...

Fiquei pensando se a velhinha tivesse pegado um motorista mal-educado
e raivoso, ou algum que estivesse ansioso para terminar seu turno?

E se houvesse recusado a corrida, ou tivesse buzinado uma vez
e ido embora?

Ao relembrar, não creio que eu jamais tenha feito algo
mais importante na minha vida.


A maioria das pessoas está condicionada a pensar que suas vidas
giram em torno de grandes momentos. Todavia, os grandes momentos freqüentemente
nos pegam desprevenidos, e ficam maravilhosamente guardados em recantos que
os outros podem considerar sem importância.

As pessoas podem não lembrar exatamente o que você fez, ou o que você disse.
Mas elas sempre lembrarão como você as fez sentir.
Pense nisso!


                                                                  autor desconhecido
Mensagem enviada pelo internauta Bruninho - Rio de Janeiro (RJ)
Fonte de pesquisa: 
http://mensagensdeotimismo1.kit.net/
Imagens: Cópias do Google

9 comentários:

  1. Querida professora! Que lição de vida! Mal podia respirar de emoção... É uma linda e triste história, linda pela a solidariedade do taxista, e triste pela a velhinha ser sozinha.
    As pessoas podem não lembrar exatamente o que você fez,ou o que você disse.
    Mais elas sempre lembrarão como você as fez sentir. Parabéns professora foi um belo ponto final.
    Um abraço
    Maria Machado

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    1. Olá Maria! também quando li esta mensagem fiquei emocionada, é longa mas vale a pena ler. Obrigada pela visita, volte sempre!!! Bjuss

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  2. Amiga Lourdes estou em débito na questão de visitas. Andei muito atarefada e sem tempo de vir postar e visitar meus amigos. Por isso peço desculpas e a sua compreensão. Pois sei que tem sido assídua e frequentemente nos visita deixando seu recadinho do coração. Muito me alegra a sua presença e suas mensagens. Deixo um abraço especial.

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  3. Como sempre uma nova e linda mensagem. Belos posts e um blog cheio de alegria. Parabéns amada.

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    1. Obrigada pela visita e por deixar lindos comentários. Não se preocupe entendo você assim como escrevi para Lucone o mesmo te digo, acredito que todas nós não temos muito tempo, fazemos milagres porque nos apaixonamos pela blogsfera. Bjuss Volte quando for possível!! Bjuss

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  4. Lourdes amada de Deus, parabéns pela conquista, vc merece sua dedicação é maravilhosa! Gostei muito da colocação que fez sobre blogs, quero te sugerir que acha de postá-la no grupo do Facebook blogueiras unidas? Assim mais pessoas teriam acesso a esta colocação muito boa! Deus te abençoe.

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    1. Oi Márcia!! parece mentira, mas não como participar dos grupos no fece, estpou semj tempo quase não demoro no fece por isso não aprendi ainda!! Vou descobrir. Obrigada pela visite, volte sempre. Bjuss

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  5. Lourdes minha querida, meio atrapalhada tenho tido dificuldade em vir na casa dos amigos, mas apesar que atrasada aqui estou para te parabenizar pelo belo trabalho reconhecido pelos seus mais de quinhentos seguidores, agora o texto acima valeu para mim a noite, beijos Luconi

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    1. Oi Lucone! estou feliz por te ver aqui, te entendo também não ando com muito tempo, volte quando for possível!! Obrigada pela visita e por deixar comentário. Bjuss

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Muitas vezes, a correria de nossas vidas nos impede de dar atenção ao que realmente vale a pena. Agradecer é uma das coisas que acabam ficando esquecidas nesta correria do dia-a-dia.
Pode ser por um simples gesto ou por uma grande atitude, mas o agradecimento nunca deve ser esquecido. Obrigada pela atenção e carinho e por ter vindo até aqui comentar minha postagem. Saiba que é importantíssimo para a valorização do que escrevemos.
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