Quaresma,
tempo de mortificação-
Padre
Paulo Ricardo
Somos
pó e ao pó voltaremos. É com essa lembrança da morte, que a todos nos espera,
que a Igreja quer preparar-nos ao longo da Quaresma para a celebração pascal da
vida eterna que o Senhor nos mereceu.
Iniciamos
o Tempo da Quaresma, um período de
grande mortificação. E por que a Igreja nos coloca esse tempo de penitência? Em
toda Quarta-feira de Cinzas, nós vamos à Igreja para receber cinzas que são
colocadas na nossa cabeça, enquanto o padre pronuncia aquelas palavras que
ecoam pelos séculos: “Memento homo”, lembra-te, homem, “quia pulvis es et in
pulverem reverteris”, tu és pó e ao pó hás de voltar. Com isso, a Igreja nos
recorda que um dia o mundo se tornará pó e cinza.
A
Igreja, mãe e mestra dos homens, tem o dever de ensinar-lhes o
caminho da santidade. Por isso, ela possui toda uma pedagogia, com métodos e
programas de ensino, que movem o coração do homem na direção do Céu.
A Quaresma faz
parte dessa pedagogia como um tempo especial dedicado a um combate mais denso
contra as nossas tendências pecaminosas. Não se trata, portanto, de um período
em que a Igreja simplesmente se veste de roxo, mas de um kairós, ou seja,
um tempo oportuno para nossa conversão.
Para
viver bem esse período, o homem deve conhecer o seu fundo mau e reconhecer-se
necessitado da graça divina. O tempo da Quaresma é esse tempo em que o
homem passa quarenta dias meditando sobre a Paixão de Nosso Senhor, a fim de
afastar-se do homem velho e, na Páscoa, ressurgir como um homem novo. Afinal, o
que a Igreja deseja não é somente a nossa libertação do pecado, mas a nossa
santificação e configuração a Cristo; ela quer, portanto, a nossa conversão
mais profunda — uma espécie de segunda decolagem, por assim dizer —, que
retira o cristão da lógica do mundanismo.
Será
que estamos construindo a nossa casa sobre a rocha firme, ou a estamos
construindo em cima da areia, e virá o vento, a tempestade, e grande será a
ruína? São esses pensamentos que devem nos acompanhar no início da Quaresma.
Nós precisamos compreender que estamos neste mundo de passagem, preparando
nosso retorno para a Pátria do Céu. Estamos no mundo, mas não somos dele.
Nós,
porém, marcados pelo pecado original, esquecemos disso e começamos a nos
adaptar ao mundo. Adquirimos uma mentalidade mundana e ignoramos o fato de que
nossa pátria não é aqui.
A
Igreja, como grande pedagoga, quer que recebamos cinzas na cabeça, feitas com
os ramos e folhas de palmeiras abençoados no Domingo de Ramos do ano passado,
para nos recordar de uma outra cinza: a que nós seremos quando formos
decompostos no túmulo.
Ao
longo dos séculos, muitas pessoas foram tomadas de surpresa por esta verdade
tão esquecida: a de que vamos morrer. Por isso, precisamos sempre terminar o
dia com um exame de consciência, pedindo perdão a Deus e colocando-nos
humildemente diante dele, porque não sabemos quando partiremos desta vida.
O
Tempo da Quaresma é um período para intensificarmos essa experiência e o
conhecimento dessa verdade, para que nos lembremos do quão passageiras são as
alegrias deste mundo.
Portanto,
façamos propósitos de mortificação, dando um pouco de “morte” aos nossos gostos
e à nossa mentalidade mundana, e lembrando-nos de que as alegrias deste mundo
são efêmeras, brotam de manhã como a erva e de tarde já murcham e fenecem.
Boa tarde de paz, querida amiga Lourdes!
ResponderExcluirTivemos no sábado, uma caminhada pelo Jubileu rezamos pelo nosso papa, foi tudo muito bom.
Tarde de confissões, missa e reflexões.
A Quarema é um tempo de interiorização e desapego.
Tenha uma santa e abençoada quarentena!
Beijinhos fraternos
Quaresma uma celebração importante professora Lourdes boa semana bjs.
ResponderExcluir