segunda-feira, 17 de março de 2025

Quaresma, tempo de mortificação- Padre Paulo Ricardo

 


Quaresma, tempo de mortificação-

Padre Paulo Ricardo


 

Somos pó e ao pó voltaremos. É com essa lembrança da morte, que a todos nos espera, que a Igreja quer preparar-nos ao longo da Quaresma para a celebração pascal da vida eterna que o Senhor nos mereceu.

Iniciamos  o Tempo da Quaresma, um período de grande mortificação. E por que a Igreja nos coloca esse tempo de penitência? Em toda Quarta-feira de Cinzas, nós vamos à Igreja para receber cinzas que são colocadas na nossa cabeça, enquanto o padre pronuncia aquelas palavras que ecoam pelos séculos: “Memento homo”, lembra-te, homem, “quia pulvis es et in pulverem reverteris”, tu és pó e ao pó hás de voltar. Com isso, a Igreja nos recorda que um dia o mundo se tornará pó e cinza.

A Igreja, mãe e mestra dos homens, tem o dever de ensinar-lhes o caminho da santidade. Por isso, ela possui toda uma pedagogia, com métodos e programas de ensino, que movem o coração do homem na direção do Céu.

A Quaresma faz parte dessa pedagogia como um tempo especial dedicado a um combate mais denso contra as nossas tendências pecaminosas. Não se trata, portanto, de um período em que a Igreja simplesmente se veste de roxo, mas de um kairós, ou seja, um tempo oportuno para nossa conversão.

Para viver bem esse período, o homem deve conhecer o seu fundo mau e reconhecer-se necessitado da graça divina. O tempo da Quaresma é esse tempo em que o homem passa quarenta dias meditando sobre a Paixão de Nosso Senhor, a fim de afastar-se do homem velho e, na Páscoa, ressurgir como um homem novo. Afinal, o que a Igreja deseja não é somente a nossa libertação do pecado, mas a nossa santificação e configuração a Cristo; ela quer, portanto, a nossa conversão mais profunda — uma espécie de segunda decolagem, por assim dizer —, que retira o cristão da lógica do mundanismo.

 

Será que estamos construindo a nossa casa sobre a rocha firme, ou a estamos construindo em cima da areia, e virá o vento, a tempestade, e grande será a ruína? São esses pensamentos que devem nos acompanhar no início da Quaresma. Nós precisamos compreender que estamos neste mundo de passagem, preparando nosso retorno para a Pátria do Céu. Estamos no mundo, mas não somos dele.

Nós, porém, marcados pelo pecado original, esquecemos disso e começamos a nos adaptar ao mundo. Adquirimos uma mentalidade mundana e ignoramos o fato de que nossa pátria não é aqui.

A Igreja, como grande pedagoga, quer que recebamos cinzas na cabeça, feitas com os ramos e folhas de palmeiras abençoados no Domingo de Ramos do ano passado, para nos recordar de uma outra cinza: a que nós seremos quando formos decompostos no túmulo.

Ao longo dos séculos, muitas pessoas foram tomadas de surpresa por esta verdade tão esquecida: a de que vamos morrer. Por isso, precisamos sempre terminar o dia com um exame de consciência, pedindo perdão a Deus e colocando-nos humildemente diante dele, porque não sabemos quando partiremos desta vida.

O Tempo da Quaresma é um período para intensificarmos essa experiência e o conhecimento dessa verdade, para que nos lembremos do quão passageiras são as alegrias deste mundo.

Portanto, façamos propósitos de mortificação, dando um pouco de “morte” aos nossos gostos e à nossa mentalidade mundana, e lembrando-nos de que as alegrias deste mundo são efêmeras, brotam de manhã como a erva e de tarde já murcham e fenecem.

 


JESUS CRISTO DEU SUA VIDA POR NÓS E QUANTAS VEZES O ESQUECEMOS!

O Filho de Deus me amou e Se entregou a Si mesmo por mim (Gálatas 2:20).


2 comentários:

  1. Boa tarde de paz, querida amiga Lourdes!
    Tivemos no sábado, uma caminhada pelo Jubileu rezamos pelo nosso papa, foi tudo muito bom.
    Tarde de confissões, missa e reflexões.
    A Quarema é um tempo de interiorização e desapego.
    Tenha uma santa e abençoada quarentena!
    Beijinhos fraternos

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  2. Quaresma uma celebração importante professora Lourdes boa semana bjs.

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Muitas vezes, a correria de nossas vidas nos impede de dar atenção ao que realmente vale a pena. Agradecer é uma das coisas que acabam ficando esquecidas nesta correria do dia-a-dia.
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