Mude e Marque
O cérebro humano mede o tempo por
meio da observação dos movimentos. Se alguém colocar você dentro de uma sala
branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... você
começará a perder a noção do tempo.
Por alguns dias, sua mente detectará
a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os
batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.
Isso acontece porque nossa noção de
passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e
da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.
Compreendido este ponto, há outra
coisa que você tem que considerar: nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele
evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.
Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil
pensamentos por dia. Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que
processar conscientemente tal quantidade.
Por isso, a maior parte destes
pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e
portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos
recursos para compreender o que está acontecendo.
É quando você se sente mais vivo.
Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando
suas reações no modo automático e "apagando" as experiências
duplicadas.
Se você entendeu estes dois pontos,
já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais
velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.
Quando começamos a dirigir
automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada
ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos,
lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo. Como acontece?
Simples:
O cérebro já sabe o que está escrito
nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O
cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências
passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência).
Em outras palavras, você não
vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos
segundos de troca de marcha, leitura de placa... São apagados de sua noção de
passagem do tempo...
Quando você começa a repetir algo
exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.
Conforme envelhecemos, as coisas
começam a se repetir:
As mesmas ruas, pessoas, problemas,
desafios, programas de televisão, reclamações... enfim... as experiências novas
(aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia
pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo.
Até que tanta coisa se repete que
fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas
pessoas, na década.
Em outras palavras, o que faz o tempo
parecer que acelera é a... r-o-t-i-n-a.
Não me entenda mal. A rotina é essencial
para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina
que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo,
repetido todos os anos.
Felizmente há um antídoto para a
aceleração do tempo: M & M ( Mude e Marque). Mude, fazendo algo diferente e
marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos.
Mude de paisagem, tire férias com a
família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar
quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e
cartas.
Tenha filhos (eles destroem a rotina)
e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e
diferenciando o dia).
Use e abuse dos rituais para tornar
momentos especiais diferentes de momentos usuais.
Faça festas de noivado, casamento, 15
anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura
de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos,
troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes
no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.
Escolha roupas diferentes, não pinte
a casa da mesma cor, faça diferente.
Beije diferente sua paixão e viva com
ela momentos diferentes.
Vá a mercados diferentes, leia livros
diferentes, busque experiências diferentes. Seja diferente.
Se você tiver dinheiro, especialmente
se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras
cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste
pratos esquisitos... em outras palavras...
VIVA.
Porque se você viver intensamente as
diferenças, o tempo vai parecer mais longo.
E se tiver a sorte de estar casado(a)
com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito
mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria
dos livros da vida que existem por aí.
Cerque-se de amigos. Amigos com
gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que
gostam de comidas diferentes.
Enfim, acho que você já entendeu o
recado, não é?
Boa sorte em suas experiências para
expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida.
Airton Luiz Mendonça
(Artigo do jornal o Estado de são Paulo)
Que linda e bem animadora mensagem! Lindo OUTONO pra ti! bjs, chica
ResponderExcluirBOM DIA, COLEGA LOURDES!
ResponderExcluirLINDA MENSAGEM, SÁBIAS PALAVRAS. :)
EI, MOÇA!
VENHA ESPIAR QUE GRACINHA MINHA MAIS NOVA POSTAGEM, ESTÁ "PURA FOFURA", CONFIRA!
FICAREI FELIZ COM TUA VISITINHA E COMENTÁRIO.
TENHA UMA LINDA NOVA SEMANA.
ABRAÇÃO PRA VOCÊ! :)