Mas as portas não se abriam. A indiferença lhes atirava ao rosto expressões rudes, em que palavras como moleque, trabalho e filhos de ninguém se misturavam.
Finalmente, em uma casa singela, uma senhora atenta lhes disse: "vou ver se tenho alguma coisa para lhes dar. Coitadinhos."
E voltou com uma latinha de leite. Que alegria!
Os garotos se sentaram na calçada. O menor disse para o irmão: "você é mais velho, tome primeiro..."
Estendeu a lata e ficou olhando-o, com a boca semi-aberta, mexendo a ponta da língua, parecendo sentir o gosto do líquido entre seus dentes brancos.
O menino de dez anos levou a lata à boca, no gesto de beber. Mas, apertou fortemente os lábios para que nenhuma gota do leite penetrasse. Depois, devolveu a latinha ao irmãozinho: "agora é a sua vez. Só um pouco", recomendou.
O pequeno deu um grande gole e exclamou: "como está gostoso."
Agora eu, disse o mais velho. Tornou a levar a latinha, já meio vazia, à boca e repetiu o gesto de beber, sem beber nada.
"Agora você". "Agora eu". "Agora você".
Depois de quatro ou cinco goles, talvez seis, o menorzinho, de cabelo encaracolado, barrigudinho, esgotou o leite todo. Sozinho.
Foi nesse momento que o mais extraordinário aconteceu. O mais velho começou a cantar e a jogar futebol com a latinha. Estava radiante, todo felicidade. De estômago vazio. De coração transbordando de alegria.
Pulava com a naturalidade de quem está habituado a fazer coisas grandiosas sem dar importância.
Observando aqueles dois irmãos e o "agora você", "agora eu", meus olhos se encheram de lágrimas.
Que lição de felicidade. Que demonstração de altruísmo. O maior, em verdade, demonstrou, pelo seu gesto que é sempre mais feliz aquele que dá do que aquele que recebe.
Este é o segredo do amor. Sacrificar-se a criatura com tal naturalidade, de forma tão discreta, que o amado nem possa agradecer pelo que está recebendo.
Enquanto os dois irmãos desciam a rua, cantarolando, abraçados, em minha mente vários ensinos de Jesus foram sendo recordados.
"Fazer ao outro o que gostaria que lhe fosse feito." "O óbulo da viúva."
"Amai-vos uns aos outros..."
Coloca, nas janelas da tua alma, o amor, a bondade, a compaixão, a ternura para que alcances a felicidade.
Amando, ampliarás o círculo dos teus afetos e serás, para os teus amigos, uma bênção.
Faze o bem, sempre que possas. E se a ocasião não aparecer, cria a oportunidade de servir. Deste modo, a felicidade estará esperando por ti.
Amei seu texto, chorei. Vim aqui lhe visitar, sou a BU 2382. Já estou te seguindo. aguardo sua visita no meu blog. http://matheusmeucoracao.blogspot.com.br/
ResponderExcluirObrigada pela visita e participação, Roberta, volte sempre!!! AbraçosssFarei uma visita ao seu blog com todo carinho.
Excluirola, amei essa história, quando olhei para o texto, era tão grande que eu nao tinha muita vontade de ler, mas quando comecei a ver a história não parei de ler até ao fim, adorei muito, se quiser venha visitar o meu blog http://assombrado-mc.blogspot.com será um prazer ver um comentário seu ou até ser seguido por voce
ResponderExcluirObrigada pela visita ecomentário, que bpm que gostou, a história é mesmo emocionante. Abraços volte sempre.
ResponderExcluirTexto extraordinário, minha amiga/colega...!! Uma verdadeira lição de vida, a qual devemos absorver e aplicar ao próximo sempre q possível; aliás, oportunizar a arte de espalhar o bem sempre e sempre!!
ResponderExcluirTexto extraordinário, minha amiga/colega...!! Uma verdadeira lição de vida, a qual devemos absorver e aplicar ao próximo sempre q possível; aliás, oportunizar a arte de espalhar o bem sempre e sempre!!
ExcluirRita de Cássia
Oi Rita minha colega e seguidora, obrigada por está sempre presente com suas lindas reflexões. Abraços uma noite abençoada.
ExcluirOi Lourdes, passei para conhecer o teu cantinho e amei! Quero te convidar para conhecer o meu também.
ResponderExcluirBeijocas
Raquel-Guaíba/RS
raquelffazendoarte.blogspot.com