sexta-feira, 13 de junho de 2014

MENSAGEM DO DIA 13-06-2014 "A DOR DO ABANDONO"




A DOR DO ABANDONO


Era uma manhã de Sol quente e céu azul quando o humilde caixão contendo um corpo sem vida foi baixado à sepultura. De quem se trata? Quase ninguém sabe. Muita gente acompanhando o féretro? Não. Apenas umas poucas pessoas. Ninguém chora. Ninguém sentirá a falta dela. 

Ninguém para dizer adeus ou até breve. Logo depois que o corpo desocupou o quarto singelo do asilo, onde aquela mulher havia passado boa parte da sua vida, a moça responsável pela limpeza encontrou em uma gaveta ao lado da cama, algumas anotações. Eram anotações sobre a dor...

 Sobre a dor que alguém sentiu por ter sido abandonada pela família num lar para idosos... Talvez o sofrimento fosse muito maior, mas as palavras só permitem extravasar uma parte desse sentimento, grafado em algumas frases: Onde andarão meus filhos? Aquelas crianças sorridentes que embalei em meu colo, alimentei com meu leite, cuidei com tanto desvelo, onde estarão? Estarão tão ocupadas, talvez, que não possam me visitar, ao menos para dizer olá, mamãe? Ah! Se eles soubessem como é triste sentir a dor do abandono... A mais deprimente solidão... Se ao menos eu pudesse andar... Mas dependo das mãos generosas dessas moças que me levam todos os dias para tomar Sol no jardim... Jardim que já conheço como a palma da minha mão. Os anos passam e meus filhos não entram por aquela porta, de braços abertos, para me envolver com carinho...

Os dias passam... e com eles a esperança se vai... No começo, a esperança me alimentava, ou eu a alimentava, não sei... Mas, agora... Como esquecer que fui esquecida? Como engolir esse nó que teima em ficar em minha garganta, dia após dia? Todas as lágrimas que chorei não foram suficientes para desfazê-lo. Sinto que o crepúsculo desta existência se aproxima... Queria saber dos meus filhos... Dos meus netos... Será que ao menos se lembram de mim? A esperança, agora, parece estar atrelada aos minutos... Que a arrastam sem misericórdia... Para longe de mim. Às vezes, em meus sonhos, vejo um lindo jardim... É um jardim diferente, que transcende os muros deste albergue e se abre em caminhos floridos que levam a outra realidade, onde braços afetuosos me esperam com amor e alegria... Mas, quando eu acordo, é a minha realidade que eu vejo... Que eu vivo... Que eu sinto... Um dia alguém me disse que a vida não se acaba num túmulo escuro e silencioso... Que a vida continua após a morte, de uma outra forma... Mas com certeza a minha matéria, a minha mente, o meu eu dessa vida que vivo agora, com o nome que tenho... Nunca mais existirá! E quando a morte chegar, só restará a saudade que com o passar do tempo se ameniza... (Se é que alguém vai sentir saudade de mim, já que não sentem enquanto ainda estou viva neste asilo). 

Sinto que a minha hora está chegando... Depois que eu partir, gostaria que alguém encontrasse essas minhas anotações e as divulgasse. E que elas pudessem tocar os corações dos filhos que internam seus pais em asilos, e jamais os visitam... Que eles possam saber um pouco sobre a dor de alguém que sente o que é ser abandonado


Fonte: http://avidaeumalicao.blogspot.com.br/

10 comentários:

  1. Bom dia amiga querida, em primeiro lugar quero felicita-la pela primeira vitória da sua selecção, em segundo pela linda escolha da mensagem que nos passa, embora já a conhece-se gosto muito de a ler escrita por sua mão.
    Amiga sei que esta não é uma boa altura para si para fazer visitas pois acredito que aí também esteja com os seus trabalhos bastante activados com as suas crianças, eu enquanto me for possível terei sempre muito gosto em a visitar pois a sua amizade é um lindo marco na minha vida, tenha um lindo final de semana e aproveite-o da melhor maneira que poder e souber...beijinhos de luz e muita paz.

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  2. Todo ser humano quer ser lembrado, ainda mais pelas pessoas que amamos.
    Já sofri de abandono, sei que doí a gente se sente um trapo.
    Mas eu sei que mesmo se todo mundo se esquecer de mim, Deus não se esquecerá.

    bjokas =)

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  3. Infelizmente isso é verdade e acontece muito por aí.
    Bjssss amiga e um FDS de sucesso e abençoado p/vcs

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  4. Olá Lourdes!
    Infelizmente esse triste abandono acontece muito, fico triste como um ser humano é tao cruel abandonar os pais
    Felicito-a pela primeira vitória do Brasil, a seguir virão mais.
    Bom fim de semana bjs

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  5. Essa é uma cruel,mas comum realidade infelizmente...
    Gostei muito do post Lourdes! Já fiquei por aqui!!!
    Beijos afetuosos

    http://simplesmentelilly.blogspot.com.br/

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  6. Lourdes querida,
    essa é uma grande realidade pra muita gente.
    Infelizmente tem muitos tipos de abandonos.
    Texto profundo e real!

    Bjs, ótimo fds junto a sua família ♥

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  7. oi Lourdes,e uma triste realidade essa bjs Rosinha

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  8. Realidade de muitos, muito triste e lamentável...qdo se tem família é se é rejeitado a dor é maior ainda. Deus me livre!
    Beijos, Lurdes

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    Respostas
    1. Lurdinha querida ate chorei agora de emoção
      sabe eu cuido da minha mãe de 84 anos, tenho minha casa
      mas ela mora na casa dela e eu fico com ela a semana toda
      vou trabalhar mas volto e fico com ela, vejo ela quase sem resistência
      tenho medo de perde-la.......mas se fosse preciso deixar ela
      no asilo acho que morreria de tristeza, mas iria ve-la ou busca-la de final de semana......Sei que existe milhares por ai que não tem mais contato com os filhos....Dói muito

      Bom final de semana

      └──●► *Rita!!

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  9. Bom dia Lourdes.
    Infelizmente é o que mais acontece.
    Pessoas esquecidas no asilo.Eu sei que os dos idosos dão trabalho.Eu tomo conta da minha mãe,ela ainda nova era uma pessoa difícil,imagina agora com 77 anos.Mas temos que pensar,que um dia chegara a nossa vez! E temos que ser humanos.É o que está faltando*Humanidade*
    Agradeço o seu lindo comentário.
    Muito obrigada mesmo.
    Beijinhos.

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